segunda-feira, 29 de outubro de 2012



Hoje eu dei de cara com o mundo e percebi que nem sempre abrimos a boca para elogiá-lo. Não sei se devido estarmos preocupados em ocupar nossos tempos com a busca pela estabilidade financeira ou se pelo fato de nos enclausurarmos em nós mesmos sem sequer dar espaço ao convívio com a nossa própria vida. 
Cobranças e mais cobranças, cobramos tudo de nós e pouco investimos em nós mesmos.
Eu sei que o mundo anda complicado, veloz, mas me deixei vagar mais lento assim que amanheceu. 
Vi que o sol continua pleno em seu nascer, e que a simples dádiva de acordar e contempla-lo me fez realmente acordar.... 

Ah e como é bom acordar, escutar o barulho da vida dentro de si...
O som da água na torneira mostrando-me que devemos limpar tudo antes de recomeçar, problemas sempre são solucionáveis, e se não são é porque não são problema e sim solução...
Vi que apesar do muito que nos falta ou do que desejamos não estar presente, ao nosso alcance, no momento somos plenos pois: 

Ainda anseiamos...
Vi que somos fonte de renovação, frutos da felicidade que queremos ser e viver...
Vi que temos que dar valor ao renascer mais do que damos ao morrer...
Pois somos nós que detemos o legado de repassar a felicidade ao nosso próximo, aos nossos filhos e netos...
Por fim descobri que meu tempo é valioso demais para gastá-lo apenas "passando" !
E que por mais que exista pranto eu sempre irei lutar em busca do sorriso.
Assim vou me desvencilhar do tempo, deixar fluir... 

Cativar amigos, sorrisos, contemplar a exuberância da Lua, e a imponência do Sol.
Talvez eu não mude o mundo, mas com certeza eu vou mostrar para aqueles que amo que é possível ser feliz. 

Pois eu particularmente já descobri que sou!!!


Autor: Márcio S. Rocha

sábado, 18 de agosto de 2012


Zé Moura - Dores e consolação

No seu "Barco Sem Rumo", o poeta Zé Moura, natural da Prata, município da Paraíba, deixou esse belo poema no túmulo do seu filho, Carlos José, no dia dois de novembro de 1999.

DORES E CONSOLAÇÃO

Uns trazem flores outros trazem velas
Eu nem trouxe velas e nem trouxe flores
Eu trouxe apenas, meu filho! Minhas dores!
E assim mesmo vou voltar com elas.

Há flores brancas, flores amarelas,
Azuis, vermelhas e de outras cores
Tão primorosas, desprendendo odores
Sorvendo lágrimas que deixaram nelas.

Eu nada pude te trazer, meu filho!
Além das dores de um olhar sem brilho
De um pai que vive pesarosamente.

Mas um consolo levarei comigo
Foi ver quem pode deixar teu jazigo
Ornamentado merecidamente.

José Moura de Oliveira, "Zé Moura".

sábado, 14 de julho de 2012


Querer trancafiado


Ei! Fica aqui, escuta o que eu vou dizer
Não negue a mim o meu direito de contar
Não queira ver meu sentimento se trancar
Apenas ouça, não ponha tudo a perder


Eu sei que foi tolice minha te querer
Mas não mandei meu coração se apaixonar
Por isso agora vim aqui pra te entregar
Esse soneto que em meu peito vi nascer


Quem sabe assim eu acorrente essa saudade
Esse perfume teu que no meu eu invade
Essa procela de desejo e solidão


Quem sabe assim, me declarando, eu ache um jeito
De acalmar todo esse amor dentro do peito
Ou de estraçalhar de vez meu coração...


Márcio Rocha,05/07/12


Falsa negação


Negas tu, ter me amado intensamente
Finges ter-me somente como amigo
Negas ser dos meus braços, o abrigo
Onde queres viver perdidamente


Mas ao nos depararmos frente a frente
vejo algo a tomar, ruir contigo
teu olhar estremesse e fortemente
Clama, pede os meus beijos, e o castigo


é que negas a ti quando eu te chamo
Negas sim, por pensar que eu não te amo
Mas a mim, não me negas teu calor


Negas, mentes, mas sem convicção
Foges sem convencer teu coração
Negas só por temer tamanho amor.


Márcio Rocha, 05/07/12



Se é amor


O amor se é verdadeiro não é cego

não fecha os olhos para quem quer bem
Se é de verdade o seu calor, não tem
quem fuja de tal bem querer. Me nego

a lhes dizer que nunca vi ninguém

ter um querer desse que em mim carrego
que faz o que quiser de mim. Renego
guarda-lo a mim sem declara-lo a quem

tanto se ama. E quando o amor palpita

ele não fala tão somente, grita
por não caber em um só coração.

Quem ama assim comete mil loucuras,

ama de graça, caminha as escuras
E se é amor jamais será em vão.

Márcio Rocha, 28/06/12

quarta-feira, 4 de julho de 2012




Pra quê fingir.

Pra quê fingir se não está nada bem
Pra quê mentir se já não somos um
Nos olhos teus não há brilho nenhum
que me revele a ti pr'eu ser alguem

Hoje ao falar de nós não vi nimguém
Secar meu rosto ao comentar algum
motivo, ou me dizer que isso é comum
que é coisa de casal que vai e vem

Não dá mais pra negar toda verdade
A dor chegou rasgou-me essa saudade
que foi somente o que você deixou

E eu fico assim, perdido sem nós dois,
Pedindo ao menos que vôce depois
Traga de volta o que renunciou

Márcio Rocha   21/06/12

segunda-feira, 11 de junho de 2012



Foi você

Foi você quem findou todos os planos
Quando a mim se lançou te segurei
Foi você, por você a quem doei
Minha crença no amor por longos anos

Foi você quem não calculou os danos
Ao ceifar todo afeto que eu plantei
Foi você quem eu tanto encontrei
Se escondendo em sentimentos ciganos

Foi você quem me enlameou de pranto
Eu que mesmo cuspido te amei tanto
Eu que tanto me perguntei: - Porque?

Questionas eu não te abrir a porta?
É que o tempo passou, pra mim és morta
E a culpada de tudo: Foi você.

Márcio Rocha, 12/04/12

terça-feira, 22 de maio de 2012



Um sofrimento de amor
fez eu desacreditar
que essa história de amar 
para mim perdeu valor 
o beijo perdeu sabor 
assassinei a paixão 
trancafiei a emoção 
meus sentimentos quebrei 
E A SETE CHAVES TRANQUEI
O MEU POBRE CORAÇÃO

segunda-feira, 14 de maio de 2012








Você veio pedir meu coração
Receoso fiquei mas te entreguei
E assim meu amor eu dediquei
e com ele minha admiração
Coloquei minha vida em sua mão
E um mundo você me prometeu
Mas o teu coração se corrompeu
Se entregou a quem nunca te quis bem
Hoje choras pois sabes que ninguém
Vai te dar um amor igual ao meu.
Márcio Rocha


Eu te dei meu amor por te adorar

E entreguei o meu peito por inteiro


E do amor que eu plantei no seu canteiro


Esperava nascer um bom pomar


Já você nem pensou em me amar


Pois do nosso canteiro se esqueceu


Eu cansei dos desprezos que me deu


Te deixando encontrei um novo alguém


Hoje choras, pois sabes que ninguém



Vai te dar um amor igual ao meu


Renato Santos



Quando os outros negaram teus abraços
Tu viestes a mim com teus carinhos
Me ofertando do corpo os teus caminhos
e o calor saboroso dos teus braços
E eu fui tolo me envolvi nos teus laços
E nas falsas juras que ofereceu
Só que hoje acordei: Não sou mais seu
E agora vais recorrer a quem?
Hoje choras pois sabe que ninguém
Vai te dar um amor igual ao meu

Márcio Rocha




segunda-feira, 7 de maio de 2012



 mote: EU PLANTEI NO MEU PEITO UM GRANDE AMOR
                SEM SABER QUE O SEU FRUTO ERA SAUDADE



Quando nó dois nos vimos frente a frente
pela primeira vez eu fiz questão
de entregar meu destino em sua mão
e com ele o querer mais reluzente
Eu não posso culpa-la se não sente
mais a chama que ainda me invade
mas queria livrar-me da vontade
que acorrenta meus olhos nessa flor
Eu plantei no meu peito um grande amor
Sem saber que o seu fruto era saudade

Ela veio e me deu suas carícias
Ela fez meu querer irracional
Foi paixão de um bem sobrenatural
Foi intensa essa história de delícias
Eu cai por ela sem ver malícias
Eu fiz tudo que pude, isso é verdade,
Ela nem tem noção da crueldade
Que me fez quando riu da minha dor
Eu plantei no meu peito um grande amor
Sem saber que o seu fruto era saudade


Os meus versos lhe dei. No coração
escrevi o seu nome e guardei
aos seus braços eu me arremecei
e bebi toda sua sedução
De repente faltou-me sua mão 
e o que achei que ia ser eternidade
foi castrado de mim pura maldade
De quem tanto jurou-me seu calor 
Eu plantei no meu peito um grande amor
Sem saber que o seu fruto era saudade

Eu ingênuo me vi ser enganado
pelo enlace febril de uma paixão
que ateou fogo no meu coração
ensandecido e hipnotizado
foi amor sim, mas fui ludibriado
por uma fugaz reciprocidade
que roubou do querer a liberdade
e me impôs, sem piedade , o dissabor
Eu plantei no meu peito um grande amor
Sem saber que o seu fruto era saudade


Eu reguei ela com os meus carinhos 
e os seus beijos com beijos adubei
o seu corpo de abraços enxertei
e cuidei pra não mais sermos sozinhos
eu polinizei nossos caminhos 
com desejo, ternura e com bondade
mas o espinho da tua falsidade
me feriu, me fez sangue, pranto e dor

Eu plantei no meu peito um grande amor
Sem saber que o seu fruto era saudade


Se ela um dia voltar não sei se o peito
vai lhe dar mais tamanha confiança
nem se vai alimentar a esperança 
de que o "doce" voltou para o "confeito"
Se o calor vai acalantar o leito
Se o sorriso vai refletir verdade
Se virá pra ficar só a idade
vai tratar de curar esse temor

Eu plantei no meu peito um grande amor
Sem saber que o seu fruto era saudade


                                                              Autor: Márcio Rocha

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Saudade ( A minha avó, mãe e amiga, Dorotéia)



Sinto falta de conversar contigo
De escutar tua benção novamente
Do abraço que carinhosamente
Eu sentia ser meu maior abrigo

Hoje não tenho a ti , aqui comigo
E a saudade me dói diariamente
No desejo de insistentemente
Te abraçar novamente e não consigo

Estou vendo meu peito lacerado
Pela ausência materna, e do cuidado
Que me acalantava como prece

Já nem sei se eu preciso desse mundo
Pois não vejo nele um bem tão profundo
Qual o seu que o meu coração carece.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012



Soneto: A verve guia.

Vou lançar o meu verso mundo afora
Declamar meu trigal de sentimentos
Açoitar meu sentir, meus pensamentos
Na alameda da aura que em mim mora

Vou provar do melaço que vigora 
Do engenho da seiva poesia
Dar a rima uma carta de alforria
E deixar ver o quanto ela me aflora

E se assim vir a mim a inspiração
Que me tome de vez a emoção
Pra que eu possa riscar mais um terceto

E que seja de verve a minha meta
Pois não há nesse mundo um só poeta
Que ame mais do que eu a ti: soneto.

Márcio Rocha, 19/01/12

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

 
DILACERAÇÃO

Eu consenti você roubar a mim
De todo eu que em mim já residiu
Pois não pensei que fosses dar um fim 
a todo amor que em ti já existiu

Daquele fogo que nos consumiu
Restam somente as cinzas de um jardim
Que hoje é o jazigo desse amor e assim
Vim sepultar o que você ruiu

Da tua boca levarei lembranças
E se a saudade me encher de esperanças
Vou ver se finjo que irás voltar

Só pra que saibas que o que em ti é morto
Ainda jaz nesse meu peito (porto)
O desconforto de te naufragar.
Márcio Rocha 18/01/12

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A deriva


Eu, sozinha te achei, tu não fugisse
Désse a mim tua mão, teu eu, teu ar
Eu juntei nosso amor tu consentisse
E eu me pus em teu corpo a navegar

Nós trilhamos veredas de carinhos
Nós rompemos procelas de desejos
Nós tivemos bem mais que alguns lampejos
De paixão, e não mais fomos sozinhos

Porém veio o corsário do destino
Te levou num momento repentino
E teu riso se pôs, se afogou

Desde então o meu eu perdeu o rumo
A deriva fiquei sem ti, meu prumo
E por fim meu coração naufragou.
26/08/08