quinta-feira, 19 de janeiro de 2012



Soneto: A verve guia.

Vou lançar o meu verso mundo afora
Declamar meu trigal de sentimentos
Açoitar meu sentir, meus pensamentos
Na alameda da aura que em mim mora

Vou provar do melaço que vigora 
Do engenho da seiva poesia
Dar a rima uma carta de alforria
E deixar ver o quanto ela me aflora

E se assim vir a mim a inspiração
Que me tome de vez a emoção
Pra que eu possa riscar mais um terceto

E que seja de verve a minha meta
Pois não há nesse mundo um só poeta
Que ame mais do que eu a ti: soneto.

Márcio Rocha, 19/01/12

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

 
DILACERAÇÃO

Eu consenti você roubar a mim
De todo eu que em mim já residiu
Pois não pensei que fosses dar um fim 
a todo amor que em ti já existiu

Daquele fogo que nos consumiu
Restam somente as cinzas de um jardim
Que hoje é o jazigo desse amor e assim
Vim sepultar o que você ruiu

Da tua boca levarei lembranças
E se a saudade me encher de esperanças
Vou ver se finjo que irás voltar

Só pra que saibas que o que em ti é morto
Ainda jaz nesse meu peito (porto)
O desconforto de te naufragar.
Márcio Rocha 18/01/12

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A deriva


Eu, sozinha te achei, tu não fugisse
Désse a mim tua mão, teu eu, teu ar
Eu juntei nosso amor tu consentisse
E eu me pus em teu corpo a navegar

Nós trilhamos veredas de carinhos
Nós rompemos procelas de desejos
Nós tivemos bem mais que alguns lampejos
De paixão, e não mais fomos sozinhos

Porém veio o corsário do destino
Te levou num momento repentino
E teu riso se pôs, se afogou

Desde então o meu eu perdeu o rumo
A deriva fiquei sem ti, meu prumo
E por fim meu coração naufragou.
26/08/08